A Escola Técnica Estadual (ETEC) “João Belarmino, em Amparo, elegeu os oito textos que atenderam todos os critérios estabelecidos pelo regulamento do I Concurso “Poesias & Contos”, realizado em parceria com o site Rota das Águas. A solenidade de premiação ocorreu no último dia 13 de novembro na biblioteca da instituição. A avaliação dos trabalhos enviados por alunos de diferentes cursos foi feita por uma bancada acadêmica formada por professores da escola.
Isabela Lobato de Oliveira, do 2° ano de Humanas, ficou com o primeiro lugar com “Os Sussurros de uma Alma Caótica”. Com o segundo lugar ficou Rebeca Candeia de Carvalho (2º ETIQ), com o texto “Olhos Oceânicos” e em terceiro Polyanna Clara Aparecida Resquiotto de Moraes (1º ano de Eventos), com “Queridos Professores”.
Também foram premiados “O Belo no Ordinário”, de Isabella Carolina Panegassi (2º CBAS), “Perdendo Tempo”, de Anny Camilla Ferrari de Oliveira (2º ETIQ), “Centáurea”, de Marcela Vido Michelini (1º Humanas), “Posso dizer com certeza que não sentirei sua falta”, de Marcela Vixineschi de Souza (3º DS) e “A Tristeza”, de Camila Cozoli Panegassi (1º ETIQ).
Ao todo foram entregues 66 poesias e contos à bancada. São textos inspirados na vida cotidiana, amor, questões familiares e psicológicas, relações pessoais, sentimentos, dentre outros. A difícil análise do material foi feita pelos professores Elisangela Oliveira, Patrícia Martins, Daniel Matozo Fabri e Cassia Maziero. Para o professor Daniel Matozo Fabri, mais importante que a premiação foi que o concurso permitiu que os alunos tiveram a oportunidade de desenvolver suas ideias por meio da escrita.
“Percebemos a necessidade de darmos liberdade e voz aos novos talentos. Esse formato de atividade desempenha um papel fundamental para que haja uma libertação emocional em busca do equilíbrio”, diz.
ROTA DAS ÁGUAS INICIATIVA PROJETOS COMO ESSE
O concurso “Poesias & Contos”, da ETEC “João Belarmino, em Amparo, recebeu apoio do site Rota das Águas, que incentiva projetos criados pelas escolas de sua área de cobertura.
Para a sócia-proprietária e executiva de projetos especiais do Rota das Águas, Andreia Regina de Almeida Pereira, parcerias como fortalecem a diretriz que refletem a natureza da existência do portal. “É importante oferecer oportunidade para que jovens talentos possam se expressar livremente, seja por meio da escrita, do diálogo ou por meios multimídias”, comenta.
O Rota das Águas foi lançado em 2017 e atende as cidades do Circuito das Paulista. O veículo faz parte do grupo que administra ainda a Rota Comunicação & Assessoria, responsável por administrar a comunicação de clientes de diferentes segmentos.
O Rota das Águas publica abaixo os oito textos premiados pelo I Concurso “Poesias & Contos”, realizado pela ETEC “João Belarmino”, em Amparo. Confira.
“Os Sussurros de uma Alma Caótica”
Por Isabela Lobato de Oliveira (2° ano de Humanas)
“Tempo
Uma relatividade complexa.
Que a cada segundo se transforma em memórias e momentos
Momentos são perdidos.
As vezes só quer GRITAR.
E FALAR sem receber o julgar.
Tornado mental e um tanto fatal.
Enterrar um vivo, no buraco do peito a sete palmos da pele sem choro nem vela, PODENDO SER MORTAL…
Veracidade é a realidade de uma sociedade baseada em uma máscara na qual sempre se deve SORRIR.
NÃO discordar, SEM ressentir.
Estagnação, que lá no fundo tem uma razão.
O ato do pensar, e não conseguir avançar.
NEGLIGENCIADO surge o pensamento.
Está faltando algo, existe uma dor no peito.
O fogo do dragão que voltou está lhe consumindo por inteiro…
Falta de ar, só quer CONSEGUIR respirar!
Queimar até não existir o sentir.
Adejar pelo próprio pensamento. Pequena mentirosa, dizem com LAMENTO!
E chuva caí dos belos olhos, que não tem brilho há tempos.
Incertezas rodam sua alma…
Afinal, estar vivo NUNCA foi sinônimo de VIVER.
Ideia estúpida! Prefere sentir dor a sentir nada!?
Elevar o sentir em um nível tão alto; Preferir atear fogo em si mesma.
Conviver com o próprio vazio…
Questionamentos silenciosos
“É preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã”. Diz Legião Urbana.
Mas e se estiver cansado demais para conseguir demonstrar ou demonstrar e receber o penar?
Palavras, apenas elas podem se tornar adagas fincadas pelo corpo.
“Eu não sou louco, o mundo é que não entende a minha lucidez!”
Mãos trêmulas, pensamentos turvos, pesadelos…
Será EU o vilão? Não quero ter a razão!
Somos todos RIDÍCULOS! Não consegue conseguir controlar sua própria mente.
Desgaste, cansaço, leve sensação de desespero…
Sumir seria uma opção? Levada ao caos por conta da razão…
Mórbida sensação de uma alma sem direção.
Sedada, sem sentido dor, alegria, nada…
Apenas inerente no próprio paraíso. Ou será inferno particular!?
“Embora eu acreditasse estar aprendendo a viver, estava aprendendo a morrer.”
É aqui está novamente o dragão, trazendo dezenas de convicções, tomando por inteiro o reino de ossos secos.
Levando a loucura o pobre rei que pensava demais.
“Deve-se sempre esperar até o fim, e ninguém pode ser considerado feliz, enquanto não estiver morto ou sepultado.
“Talvez um dia, a leve brisa que traz a paz venha finalmente sobre mim.
Afinal, sempre achamos que vamos ter mais tempo. E ai, o tempo acaba.
“O desespero tem suas formas próprias de trazer a calma”
E como escreveu Clarisse:
“Somos livres, e este é o inferno.”
Você pensa que nunca vai esquecer, e esquece. Você pensa que essa dor nunca vai passar, mas passa.
Você pensa que tudo é eterno, MAS NÃO É!
Meu maior erro foi ter usado a minha verdadeira face em um show teatral de máscaras!
-No qual o ato final…
Foi ter que me esconder dentro de mim mesma.”
“Olhos Oceânicos”
Por Rebeca Candeia de Carvalho (2º ETIQ)
Os teus olhos são como o oceano,
Profundos e escuros…
Capazes de submergir qualquer um que navegue sem rumo.
Ó belos olhos oceânicos,
Quem pôde compreender a tua vasta imensidão
Que afoita os que não tocam o seu coração?
Ó belos olhos oceânicos,
Qual é o passado oculto por detrás de tuas formosas retinas
Que perpetuam um segredo obscuro?
Ó belos olhos oceânicos!
Por que mesmo misteriosos
Atraem-me desde o meu âmago até o meu coração ocioso?
Tento não entender e muito menos compreender…
Apenar sentir e experimentar
O segredo que de mim conseguiu transformar
Vento marítimo em brisa oceânica
Realmente, os teus belos olhos são como o oceano!
Wisdom Goddess
“Queridos Professores”
Por Polyanna Clara Aparecida Resquiotto de Moraes (1º ano de Eventos)
Queridos professores
O ensino pode ser difícil
Mas com os senhores
Pode se tornar divertido
Queridos professores
Aprecio muito os senhores
Sempre lutando
Para um futuro brilhante
Queridos professores
Vocês merecem o mundo
Pois sem os senhores
O mundo seria algo distante
Queridos professores
Alguns sempre estarão
Nas melhores memórias
Do meu tempo de escola
“O Belo no Ordinário”
Por Isabella Carolina Panegassi (2º CBAS)
Tal qual a vela acesa
Que crepita na vela, à mesa
Ou no olhar matutino
O comum e o ordinário da vida
Se fazem arte e apuro ao meu viver
Da airosa obra vitoriana
Exposta na cúpula ou livreto
À majestosa castanheira
Que com seu porte, tanto encanta
Me sinto grata ao que vejo
E ao que sinto
Talvez, o Mundo não precise
De grandes carros e televisões
Precisa de mentes ordinárias e detalhistas
Um olhar aguçado
E um afável coração
E aquilo que nos é belo
Revela a sua importância
No comum e rotineiro
No incrível e passageiro
Seria, então, o tempo
O mestre de todos os encantos
Que seja na definição de Poe
Que via beleza até na morte
Ou de Wilde, que a via na genialidade
Ou no mais trivial e natural
Que vejamos beleza e paz
Nos mais comuns versos, esquinas e corações
“Perdendo Tempo”
Por Anny Camilla Ferrari de Oliveira (2º ETIQ)
Pare de perder tempo
Se ocupando com aquilo que não volta mais
Julgando ter aproveitado de menos
O que poderia ter aproveitado de mais
Pare de perder tempo
Lembrando daquele seu pecado
Que te tortura no presente
Por culpa de um passado
Perder tempo é uma expressão
Não é algo literal
É Só O USO em que O instante
Virou arrependimento pessoal
Esqueça o que já passou
Viva somente o agora
Estar na frente e pensar atrás
É como jogar o tempo fora
Será que você não entendeu?
Parece não estar compreendendo
O tempo está passando
E você continua aqui perdendo
“Centáurea”
Por Marcela Vido Michelini (1º Humanas)
Em versos torno a alegria e gratidão
Por alguém que, em minha vida, fez-se luz
Abrindo horizontes, trazendo visão
E a chama outrora apagada, reluz
Aportou em minha alma, ser divino
Um ser de luz, de riso contagioso
Trouxe consigo um sonho peregrino
E despertou em mim algo grandioso
Um sorriso que desenha o infinito
Olhos que revelam mundos escondidos
Um coração que bate, pleno e aflito
Nas asas do amor, unidos, destemidos
Difundiu, pelo peito, a paz e calma
Desvendou trilhas, rumos incertos
Ensinou-me a sentir na alma
A verdade do amor, feito universo
As cores ganharam mais intensidade
Os sons ganharam vida e melodia
A esperança brotou com tenacidade
E renasceu em mim a alegria
Como um jardim que desabrocha à primavera
A vida floresce, em riso e harmonia
E o que era tristeza, finda e se espera
Pois o amor é a luz que tudo irradia
Em teus braços, encontrei meu abrigo
No teu olhar, o doce enlevo a me envolver
E a cada instante contigo, sigo
Pois é contigo que aprendo a viver
Grato sou por tua chegada em doce calmaria
Tua presença é bálsamo em tempestade
E nessa jornada, em busca da poesia
Teu amor é meu guia, minha verdade.
Que o tempo nos sorria, meu amor
E que nossa jornada seja bendita
Pois é junto a ti que sinto a cor
A força do amor que me habita
Sigamos, de mãos dadas, lado a lado
Na busca do que é puro e verdadeiro
E assim, nosso amor, fortalecido e sagrado
Será o farol, o eterno companheiro
“Posso dizer com certeza que não sentirei sua falta”
Por Marcela Vixineschi de Souza (3º DS)
Posso dizer com certeza que não sentirei sua falta.
Isso porque sei
que em qualquer canto da minha mente em que ainda
houver espaço,
encontrarei você.
Você e esses seus olhos travessos
e sorriso largo;
Você
e sua constelação de sardas sob as maçãs do rosto,
a qual eu tenho vontade de mapear com
a ponta dos meus dedos
Vazio
é que não vai ficar
aqui dentro
Pois os lugares em que você tocou ainda
queimam e arrepio só com a
lembrança.
Você em mim
não falta,
pelo contrário,
transborda
escorre em minhas mãos
as memórias dos
teus dedos nos meus
e sangra meu coração a acelerar
sob teu domínio.
Então, não.
Posso dizer
com certeza
que não
sentirei sua falta.
“A Tristeza”
Por Camila Cozoli Panegassi (1º ETIQ)
Quando o tempo
Passa devagar,
E te dá vontade
De chorar
Bom, ela chegou
Agora vem a escuridão.
Um abismo…
Sem início nem fim,
Sem direita nem esquerda,
Sem nada para te segurar.
Mas, o que é isso?
Vem a luz para te salvar
Você volta a si mesmo
E começa a amar.