Histórias de vida contadas no formato de literatura de cordel são os destaques da mostra temporária Vidas em Cordel, que o Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. A iniciativa mostra narrativas individuais de pessoas comuns e personalidades como obras literárias, ao mesmo tempo épicas e cotidianas. O público pode visitar a exposição de terça a domingo, das 10h às 17h, gratuitamente, até fevereiro de 2025. Nos dias 8, 9 e 10 de novembro, ela estará fechada para a montagem e realização da Feira Luz Criativa – Edição D’Ketu.
Montada no Saguão B, a mostra no Museu da Língua Portuguesa é correalizada pelo Museu da Pessoa, um dos primeiros museus virtuais do mundo que se dedica ao registro e difusão de histórias de vida. A curadoria é do poeta e cordelista Jonas Samaúma, do cordelista e pesquisador do folclore brasileiro Marco Haurélio, e da xilogravadora Lucélia Borges.
O projeto ainda conta com uma cabine interativa, onde os visitantes podem gravar depoimentos. Além disso, uma versão virtual do projeto permite que os visitantes tenham acesso a conteúdo exclusivo.
As 21 histórias de vida cordelizadas exibidas, três são expostas ao público de forma inédita. São narrativas inspiradas nos depoimentos de personalidades ímpares, que desenvolveram trabalhos de grande impacto na região da Luz, no centro histórico da capital paulista, onde o Museu da Língua Portuguesa está localizado. A exposição chega a São Paulo depois de passar por Pernambuco (Santa Cruz), Bahia (Salvador, São José do Paiaiá, Mucugê e Feira de Santana) e Minas Gerais (Paracatu).
Entre as histórias cordelizadas inéditas, há, por exemplo, a de Cleone Santos, uma mineira de Juiz de Fora que trabalhou como prostituta no Parque Jardim da Luz, em São Paulo, por 18 anos. Ela criou o Coletivo Mulheres da Luz, que oferece apoio e dá visibilidade às mulheres em situação de prostituição.
Outro retratado é César Vieira, pseudônimo de Idibal Matto Pivetta, que, como advogado, teve uma atuação importante na defesa de presos políticos durante a ditadura militar no Brasil. Ele também foi um dos fundadores do grupo Teatro Popular União e Olho Vivo, pioneiro na utilização de processos de criação coletiva.
Há ainda histórias cordelizadas de nomes conhecidos, como o líder indígena e imortal da Academia Brasileira de Letras, Ailton Krenak, e o jornalista Gilberto Dimenstein.
Cabine de histórias e conteúdo exclusivo
Enquanto a mostra estiver em cartaz no Museu da Língua Portuguesa, há à disposição, também no Saguão B, uma cabine interativa gratuita e aberta para que o público possa gravar depoimentos pessoais. Os registros são adicionados ao acervo digital do Museu da Pessoa, que tem, entre seus objetivos, registrar, preservar e transformar histórias de vida de toda e qualquer pessoa em fonte de conhecimento, compreensão e conexão.
Além disso, no site, é possível conferir cordéis animados, informações sobre a cultura do cordel e ainda uma lista de músicas selecionadas pelos curadores para embalar a visita pela exposição digital. Outro produto digital é o podcast com narração de Marcelino Freire e Klévisson Viana.
A mostra temporária Vidas em Cordel, uma correalização com o Museu da Pessoa, integra a temporada 2024 do Museu da Língua Portuguesa, que conta com patrocínio máster da Petrobras, patrocínio do Grupo CCR, por meio do Instituto CCR, e do Instituto Cultural Vale; com apoio do Itaú Unibanco, do Grupo Ultra, por meio do Instituto Ultra, da CAIXA e do UBS BB Investment Bank – todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet.
SERVIÇO
Mostra temporária Vidas em Cordel
Data e horário: de 2 de novembro até fevereiro de 2025
Terça a domingo, das 10h às 17h
No Saguão B do Museu da Língua Portuguesa
Entrada: gratuita
Endereço:
Museu da Língua Portuguesa
Praça da Luz, s/nº – centro histórico de São Paulo