Com 23 anos de estrada, o grupo Falamansa é lembrado por uma legião de fãs graças a sucessos marcantes como “Xote dos Milagres”, “Rindo à Toa”, “Oh! Chuva” e “Xote da Alegria”, sentimento, que por sua vez, traduz muito bem a vibe do quarteto formado por Tato, Valdir do Acordeon, Alemão, e Dezinho, juntos desde o início da trajetória em 1998.
Estes clássicos e muito mais poderão ser acompanhados ao vivo em Holambra neste sábado (30). O show, com entrada gratuita, acontece a partir das 19h na Rua da Amizade, a Rua Coberta.
Com 8 milhões de discos vendidos e um Grammy Latino na bagagem, o Falamansa promete levantar o público em sua volta à região do Circuito das Águas Paulista em uma apresentação contratada pela prefeitura da “Capital Nacional das Flores” para homenagear os trabalhadores da cidade.
ÍCONES DO XOTE
A história da Falamansa começa exatamente em 1998, no 3º Festival de Música da Universidade Presbiteriana Mackenzie. A música “Asas” faturou o segundo lugar no evento.
“Eu tinha algumas composições e então vi que as inscrições para o festival do Mackenzie terminariam naquela dia. “Quando entrei na sala me lembro que estavam todos muito exaltados e eufóricos com o evento, falando alto e ao mesmo tempo. Entreguei a ficha junto com uma fita cassete, agradeci e virei as costas. Quando estava saindo, ouvi: ‘Espera aí, falta o nome da banda’! Com toda aquela bagunça, eu não pensei duas vezes e respondi: é Falamansa”, diz Tato, eterno vocalista do grupo.
Depois disso, a banda começou a fazer apresentações todas as terças-feiras na casa de show Remelexo em Pinheiros, São Paulo. Não demorou para ser sucesso nacional. Com a desaceleração da pandemia da covid-19 e a retomada dos shows presenciais, o Falamansa cumpre agenda de norte a sul do país. procurado graças a mistura do carisma e a alegria do forró jovem, que jamais despreza as raízes desse ritmo tão brasileiro. A caminho de Holambra, Tato, vocalista do grupo, falou com o Rota das Águas sobre a trajetória, planos e a expectativa do show de logo mais.
ROTA DAS ÁGUAS – O forró é um ritmo nordestino. Vocês acreditam que em outras regiões do Brasil o gênero musical sofre algum preconceito ainda nos dias de hoje?
Tato – Com certeza existe sim um preconceito e ele vai além da música. É um preconceito social que ainda existe dentro do país em relação à cultura nordestina. Ele está incrustado em nosso DNA e vem em virtude de um passado muito desigual. Por outro lado, é bom salientar a valorização do forró e das tradições nordestinas pelo país inteiro. A festa Junina é um bom exemplo disso. Em todos os lugares do Brasil é possível ver escolas, igrejas e edifícios que comemoram o São João, com comidas e decorações típicas. Então, apesar de sofrer preconceito, o forró é um estilo nordestino que está muito presente no DNA do brasileiro.
A maior parte dos integrantes da banda é nascida no Estado de São Paulo. Como surgiu o interesse em comum por xote e forró pé-de-serra?
Tato – A gente começou assim como todos os jovens universitários da nossa época: dançando na balada. Na época que a Falamansa começou, o forró universitário dominava em vários lugares, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. O chamado movimento universitário, foi um movimento jovem nas casas de forró e assim a gente o conheceu, se apaixonou e passou a trabalhar o ritmo, no meu caso como DJ de forró. A banda é fruto de um movimento cultural muito forte do jovem brasileiro no final dos anos 1990.
Quais são as principais referências musicais da banda?
Tato – As nossas referências vão desde as mais óbvias, como Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Alceu Valença, Elba Ramalho, Zé Ramalho, os trios Nordestino e o Virgulino. Mas também trazemos referências grandes de mensagens deixadas por caras como Bob Marley, Bob Dylan, pois são cantores que com a música conseguiram passar algo mais profundo além da diversão. Eu acho isso fundamental. O Falamansa também tem essa característica a de sempre escrever sobre coisas motivacionais.
Mas vocês também são fãs do bom e velho rock and roll. Confere?
Tato – Sim. O fato de escutarmos muito rock and roll faz com que a gente também leve na bagagem essa referência, não na nossa música, mas na vitalidade do show. E além disso, tem o reggae, por ser muito próximo do xote, e a MPB por ter elementos muito fortes do forró e do baião. Então temos aí um caldeirão de influências, como todo bom brasileiro.
O Falamansa mantém a mesma formação há mais de 20 anos. Qual o segredo para a longevidade?
Tato – Eu acredito que o segredo da longevidade, não só da Falamansa mas de qualquer profissão onde exista sociedade, é um objetivo em comum entre os sócios. No caso da banda, somos quatro sócios olhando para a mesma direção, sempre para frente. Então, ninguém tem tempo de olhar para o lado para ficar medindo mercado. Este é o segredo para estarmos juntos há tanto tempo.
O que pode dizer sobre o show em Holambra neste sábado?
Tato – É uma honra muito grande para a gente tocar em Holambra, um lugar que sabemos que é um cartão-postal do Brasil, uma referência nacional. A Falamansa espera retribuir à cidade tudo o que ela oferece para o nosso país: alegria, cores… Que a nossa canção seja um jardim florido tão bonito quanto a cidade de Holambra e sua cultura maravilhosa.
Pode nos adiantar o que público vai ouvir?
Tato – O show que a gente preparou é um show feito para as pessoas cantarem. Todas as músicas dão para cantar mesmo sem saber a letra. Eu só escolhi canções que as pessoas já ouviram pelo menos uma vez na vida. Então é um show muito participativo, feito para as pessoas saírem melhores do que chegaram.
Qual mensagem principal vocês desejam passar para o público neste show através das músicas?
Tato – A mensagem que a gente passa há 23 anos é a de alegria mesmo em momentos difíceis. O nosso show é feito pra isso. Quando eu escrevo as minhas músicas é com essa intenção, para que as pessoas se sintam melhor. Então é isso que a gente espera para o show, poder emanar energia boa para as pessoas e que essa energia depois possa ser passada adiante.
Vocês trabalham em novos projetos? O que os fãs podem esperar?
Tato – A gente já está com uma música nova e um clipe gravado que deve sair no final do mês de maio. A Falamansa entra agora num projeto de gravações com participações especiais, os famosos feats. Fizemos poucos feats na carreira; Além disso, a maioria com músicos que são do nosso estilo. O novo projeto vai ser bem diferente, porque são feats com outros estilos musicais. Posso te dizer que tem muita surpresa boa vindo por aí.