Ao ver desparecer no retrovisor do veículo as sombras de Campinas, surge em meio a paisagem a primeira atração do Circuito das Águas.
É impossível deixar Jaguariúna de fora desse roteiro de sonhos. A cidade, com pouco mais de 53 mil habitantes, é o portal de entrada para uma das mais belas regiões do Estado de São Paulo, onde a hospitalidade e a natureza são marcas que fortalecem as raízes interioranas.
Povos indígenas foram os primeiros moradores da bela região. Só a partir do século XVII, grupos de bandeirantes, originários de São Paulo a caminho de Goiás e Mato Grosso, passaram a frequentar a região. Foi a época em que se iniciou o plantio da cana-de-açúcar, que no século XIX foi substituído pelo café.
Jaguari, como era conhecida, entrou nos trilhos do desenvolvimento com a construção da estrada de ferro Campinas-Jaguari. Foi inaugurada em 3 de maio de 1875.
Em 1880, a Fazenda Florianópolis foi loteada pelo coronel Amâncio Bueno. Desenvolveu-se ali um povoado e, posteriormente, foi criada a Paróquia de Santa Maria do Jaguari , em 19 de fevereiro de 1892.
Quatro anos mais tarde (1896), a lei 433 de 5 de agosto oficializou Jaguari como distrito de paz, pertencente a Mogi-Mirim. O sufixo de origem tupi “una”, que significa preto, foi acrescido à jaguari, em 30 de novembro de 1944. Enfim, Jaguariúna: rio preto das onças na tradução tupi. Foi no penúltimo dia de 1953 que Jaguariúna foi emancipada de Mogi Mirim.
Em região geográfica privilegiada, Jaguariúna destaca-se pelo turismo, agricultura e por ser polo tecnológico. A cidade ganhou fama nacional por sediar há 25 anos o Jaguariúna Rodeo Festival, um dos principais do País. O número de fazendas e haras dentro de seu território lhe rendeu a fama de Capital do Cavalo.
PONTOS TURÍSTICOS
CASA DA MEMÓRIA
Toda a história de Jaguariúna está nesse local. Documentos, fotografias e registros em áudios já podem ser consultados pela internet. Todo o acervo está muito bem acondicionado, com temperatura adequada. Foi criada em 2008 e está localizado na praça central.
Endereço: Rua Alfredo Bueno, 1206, Centro, Jaguariúna-SP
CENTRO CULTURAL PROFESSOR ULYSSES DA ROCHA CAVALCANTI
A antiga estação foi inaugurada em 1945. Desativada na década de 70 o prédio foi restaurado e transformado em Centro Cultural a partir de 1991. O local oferece múltiplas opções de lazer. Além do tradicional desembarque de passageiros da Maria Fumaça, também recebe feira de artesanato nos finais de semana.
Endereço: Avenida Marginal, n. 600, Centro, Jaguariúna-SP
ESTAÇÃO DE GUEDES
A construção inglesa de 1945 chama a atenção pela sua estrutura peculiar das antigas estações de trem, implantadas no Brasil. Atualmente o prédio, de estilo clássico, é usado para diversas atividades culturais.
Endereço: Rua Francisco Da’Bó, s/n, Bairro Guedes, Jaguariúna-SP
MATRIZ SANTA MARIA
A construção é de 1895 tem estilo Gótico-Bizantino. Está localizada nas proximidades da Fazenda Florianópolis, hoje Fazenda Serrinha, nos arredores do Rio Jaguari. O terreno foi doado pelo Coronel Amâncio Bueno com o propósito de ali se erguer uma capela.
Endereço: Praça Umbelina Bueno, s/n, Centro, Jaguariúna-SP
MUSEU FERROVIÁRIO
A visita se constitui em uma viagem ao passado, principalmente para os apaixonados por trens e estradas de ferro. No local há um grande acervo de itens, como peças e fotos históricas, ligadas à história das ferrovias.
Endereço: Avenida Marginal, s/n, Centro, Jaguariúna-SP
PASSEIO DE MARIA FUMAÇA
Uma verdadeira volta ao passado, em que as ferrovias predominavam no Brasil. O trajeto, de aproximadamente 24km entre Campinas-Tanquinho-Jaguariúna e Jaguariúna-Campinas, é uma das atrações da estância. Histórias sobre ferrovias e sobre o café são contadas durante a viagem de aproximadamente 3h30 (ida e volta) entre a estação de Anhumas (Campinas) até Jaguariúna. É o percurso mais longo. O trajeto mais curto vai de Campinas a Tanquinho.
Endereço: Avenida Marginal, s/n, Centro, Jaguariúna-SP
PONTE PEDRO ABRUCÊZ
Inaugurada em 1875 pela Companhia Mogiana de Estadas de Ferro, a ponte é um dos cartões-postais de Jaguariúna. O imperador D. Pedro II e a princesa Isabel participaram da cerimônia de inauguração. Constitui-se marco da chegada da ferrovia a Jaguariúna.
Endereço: Avenida Marginal, s/n, Centro, Jaguariúna-SP
CURIOSIDADES
O primeiro nome do município foi Vila Bueno, em homenagem ao proprietário das terras, Amâncio Bueno. O local desenvolveu o povoado.
Um dos símbolos de Jaguariúna é a Maria Fumaça, que é mantida e https://www.rotadasaguas.com.br/wp-content/uploads/2022/02/socorro-rota-das-aguas.jpgistrada pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária.
A palavra Jaguariúna vem do em tupi. Significa o rio das onças pretas.
Eram três as principais fazendas que deram origem ao município de Jaguariúna: Fazenda Jaguari, hoje Santa Úrsula, Fazenda Florianópolis, hoje Serrinha, e Fazenda da Barra, que mantém o mesmo nome.
A Fazenda Jaguari originalmente tinha três mil alqueires. Após a morte do marido Antonio, a esposa Úrsula assumiu não só o termino da construção da sede, como as plantações, em 1830. A fazenda passou a se chamar Santa Úrsula, após ser deixada de herança à neta, Julia. Na época a fazenda já era menor, com 700 alqueires.
Na década de 60 foram vendidos os primeiros alqueires que pertencia a Fazenda Santa Úrsula. Os primeiros 20 deram origem ao bairro Jardim Santa Úrsula. Na década de 70 foram vendidos 40 alqueires à cerveja Antártica, atual Ambev. Hoje, restam 47 alqueires da fazenda.
Durante a Revolução Constitucionalista, em 1932, a Fazenda da Barra foi invadida. Deixaram as inscrição: “A covardia é a base de todos os rebeldes e Fazendeiros! Minas Gerais há de abater o orgulho de São Paulo!!! Salve o pelotão UCA”. Tais dizeres foram descobertos durante restauração da fazenda.