Circuito das Águas

Jaguariúna

Foto: Andreia Pereira
Jaguariúna

Ao ver desparecer no retrovisor do veículo as sombras de Campinas, surge em meio a paisagem a primeira atração do Circuito das Águas.

É impossível deixar Jaguariúna de fora desse roteiro de sonhos. A cidade, com pouco mais de 53 mil habitantes, é o portal de entrada para uma das mais belas regiões do Estado de São Paulo, onde a hospitalidade e a natureza são marcas que fortalecem as raízes interioranas.

Povos indígenas foram os primeiros moradores da bela região. Só a partir do século XVII,  grupos de bandeirantes, originários de São Paulo a caminho de Goiás e Mato Grosso, passaram a frequentar a região. Foi a época em que se iniciou o plantio da cana-de-açúcar, que no século XIX foi substituído pelo café.

Jaguari, como era conhecida, entrou nos trilhos do desenvolvimento com a construção da estrada de ferro Campinas-Jaguari. Foi inaugurada em 3 de maio de 1875.

Em 1880, a Fazenda Florianópolis foi loteada pelo coronel Amâncio Bueno. Desenvolveu-se ali um povoado e, posteriormente, foi criada a Paróquia de Santa Maria do Jaguari , em 19 de fevereiro de 1892.

Quatro anos mais tarde (1896), a lei 433 de 5 de agosto oficializou Jaguari como distrito de paz, pertencente a Mogi-Mirim. O sufixo de origem tupi “una”, que significa preto, foi acrescido  à jaguari, em 30 de novembro de 1944. Enfim, Jaguariúna: rio preto das onças na tradução tupi. Foi no penúltimo dia de 1953 que Jaguariúna foi emancipada de Mogi Mirim.

Em região geográfica privilegiada, Jaguariúna destaca-se pelo turismo, agricultura e por ser polo tecnológico. A cidade ganhou fama nacional por sediar há 25 anos o Jaguariúna Rodeo Festival, um dos principais do País. O número de fazendas e haras dentro de seu território lhe rendeu a fama de Capital do Cavalo.

PONTOS TURÍSTICOS

CASA DA MEMÓRIA 

Toda a história de Jaguariúna está nesse local. Documentos, fotografias e registros em áudios já podem ser consultados pela internet. Todo o acervo está muito bem acondicionado, com temperatura adequada. Foi criada em 2008 e está localizado na praça central.

Endereço: Rua Alfredo Bueno, 1206, Centro, Jaguariúna-SP

CENTRO CULTURAL PROFESSOR ULYSSES DA ROCHA CAVALCANTI 

A antiga estação foi inaugurada em 1945. Desativada na década de 70 o prédio foi restaurado e transformado em Centro Cultural a partir de 1991. O local oferece múltiplas opções de lazer. Além do tradicional desembarque de passageiros da Maria Fumaça, também recebe feira de artesanato nos finais de semana.

Endereço: Avenida Marginal, n. 600, Centro, Jaguariúna-SP

ESTAÇÃO DE GUEDES

A construção inglesa de 1945 chama a atenção pela sua estrutura peculiar das antigas estações de trem,  implantadas no Brasil. Atualmente o prédio, de estilo clássico,  é usado para diversas atividades culturais.

Endereço: Rua Francisco Da’Bó, s/n, Bairro Guedes, Jaguariúna-SP

MATRIZ SANTA MARIA

A construção é de 1895 tem estilo Gótico-Bizantino. Está localizada nas proximidades da Fazenda Florianópolis, hoje Fazenda Serrinha, nos arredores do Rio Jaguari. O terreno foi doado pelo Coronel Amâncio Bueno com o propósito de ali se erguer uma capela.

Endereço: Praça Umbelina Bueno, s/n, Centro, Jaguariúna-SP

MUSEU FERROVIÁRIO

A visita se constitui em uma viagem ao passado, principalmente para os apaixonados por trens e estradas de ferro. No local há um grande acervo de itens,  como peças e fotos históricas,  ligadas à história das ferrovias.

Endereço: Avenida Marginal, s/n, Centro, Jaguariúna-SP

PASSEIO DE MARIA FUMAÇA

Maria Fumaça de Jaguariúna Foto: Ivan Lopes

Uma verdadeira volta ao passado, em que as ferrovias predominavam no Brasil. O trajeto,  de aproximadamente 24km entre Campinas-Tanquinho-Jaguariúna e Jaguariúna-Campinas,  é uma das atrações da estância. Histórias sobre ferrovias e sobre o café são contadas durante a viagem de aproximadamente 3h30 (ida e volta) entre a estação de Anhumas (Campinas) até Jaguariúna. É o percurso mais longo. O trajeto mais curto vai de Campinas a Tanquinho.

Endereço: Avenida Marginal, s/n, Centro, Jaguariúna-SP

PONTE PEDRO ABRUCÊZ

Inaugurada em 1875 pela Companhia Mogiana de Estadas de Ferro, a ponte é um dos cartões-postais de Jaguariúna. O imperador D. Pedro II e a princesa Isabel participaram da cerimônia de inauguração. Constitui-se marco da chegada da ferrovia a Jaguariúna.

Endereço: Avenida Marginal, s/n, Centro, Jaguariúna-SP

CURIOSIDADES

O primeiro nome do município foi Vila Bueno,  em homenagem ao proprietário das terras, Amâncio Bueno. O local  desenvolveu o povoado.

Um dos símbolos de Jaguariúna é a Maria Fumaça, que é mantida e https://www.rotadasaguas.com.br/wp-content/uploads/2022/02/socorro-rota-das-aguas.jpgistrada pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária.

A palavra Jaguariúna vem do  em tupi. Significa o rio das onças pretas.

Eram três as principais fazendas que deram origem ao município de Jaguariúna: Fazenda Jaguari, hoje Santa Úrsula, Fazenda Florianópolis, hoje Serrinha, e Fazenda da Barra, que mantém o mesmo nome.

A Fazenda Jaguari originalmente tinha três mil alqueires. Após a morte do marido Antonio,  a esposa Úrsula assumiu não só o termino da construção da sede, como as plantações, em 1830. A fazenda passou a se chamar Santa Úrsula,  após ser deixada de herança à neta, Julia. Na época a fazenda já era menor, com 700 alqueires.

Na década de 60 foram vendidos os primeiros alqueires que pertencia a  Fazenda Santa Úrsula. Os primeiros 20 deram origem ao bairro Jardim Santa Úrsula. Na década de 70 foram vendidos 40 alqueires à cerveja Antártica, atual Ambev. Hoje, restam 47 alqueires da fazenda.

Durante a Revolução Constitucionalista, em 1932, a Fazenda da Barra foi invadida. Deixaram as inscrição: “A covardia é a base de todos os rebeldes e Fazendeiros! Minas Gerais há de abater o orgulho de São Paulo!!! Salve o pelotão UCA”. Tais dizeres foram descobertos durante restauração da fazenda.

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